Eu não esperava que eu crescesse tanto esse ano, eu não esperava decidir fazer intercâmbio, eu não esperava criar um blog, eu não esperava criar um vlog, eu não esperava deletar as minhas contas de Twitter e Orkut por acreditar que isso me faria menos superficial, eu não esperava que todo mundo (menos a Bia) me abandonasse no ano novo, eu não esperava ser impulsiva e cortar todo o meu cabelo no penúltimo dia do ano.. E por aí vai..
Eu já fiz muitas besteiras, já tive pensamentos muito errados, me arrependi de muita coisa. Mas eu não acredito que nada disso tenha me feito uma pessoa pior. De verdade. Eu sei que é completamente clichê dizer que tudo isso só me fez crescer mais, mas é o que eu penso.
Acho que por isso eu estou aceitando melhor a última "besteira"que eu fiz. Bom, pode parecer muitíssimo fútil, mas, mesmo sabendo disso, na minha cabeça isso se fez uma grande coisa.
Ontem eu resolvi que, como era fim de ano, eu deveria fazer alguma coisa que mudasse a minha aparência. Então eu e a Bia, que estava aqui em casa, começamos a pensar em possibilidades. Eu não queria fazer um piercing no rosto, e já tenho na orelha, eu não queria fazer uma tatuagem, e amava meu cabelo. Ok, eu amava meu cabelo, mas eu queria mudar, não queria?
Então eu decidi que queria um corte igual ao da Alexa Chung (o antigo) só que um pouquinho mais comprido, para não ser muito choque...
Eu estava precisando de alguma coisa, qualquer coisa, que me provasse que eu não precisava estar na minha zona de conforto para me sentir bem. E que tudo bem mudar, por que tudo no mundo é efêmero, e acaba sendo melhor assim.
Aí eu pensei que não teria o menor problema se eu cortasse no tamanho que o da Alexa estava, afinal, cabelo cresce, né..
Cheguei no cabeleireiro, e a Gabi, que normalmente cuida do meu corte, estava de férias. Tudo bem. Sentei na cadeira, nem comecei a falar direito e o Franco joga no balcão à nossa frente todo o rabo de cavalo que eu estava usando. É, assim, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Eu tentei não entrar em pânico. Resolvi aceitar a idéia de que cabelo é só cabelo, e que cresce com o tempo. Então mostrei a foto, que estava no meu celular, e disse que queria alguma coisa parecida, com o mesmo tamanho.
Fechei os olhos e comecei a sentir o peso do cabelo indo embora. Ele não encostava mais nos meus braços. Relaxei e tentei focar na parte boa da mudança. Como se aquele cabelo todo em que eu sempre me escondi, fosse só mais um elemento na minha zona de conforto que pesava, pesava a minha cabeça. Ele não tocava mais os meus ombros.
É, agora já foi...
Não vou mentir, não estou muito satisfeita com o resultado. Mas fiquei feliz e orgulhosa por saber que eu não odiei e que, cada vez mais, eu olho para o lado bom disso tudo. Eu posso ser quem eu quiser ser, com ou sem o cabelo mais maravilhoso do mundo. Trabalhar a auto-estima é só mais um ponto, que não deveria ser tão importante. Afinal, cabelo É MESMO só cabelo. São fibras e proteínas encadeadas em fios que variam de corpo para corpo, e o meu nunca vai ser igual ao de ninguém.
Eu acho que essa foi a maior reflexão em cima de cabelos que vocês já devem ter visto. Parece ridículo, mas isso tudo tem mesmo uma carga para mim, fútil, mas tem. E por mais que eu tente me desvincular desse tipo de pensamento, eu ainda não sou madura o suficiente para deixar de lado a vaidade... mas quem sabe um dia?
Eu espero me acostumar e ver que não é isso que vai me deixar para baixo. Vou tentar aproveitar a mudança e me preocupar menos!
Vamos ver...