A habilidade de negar sensações e percepções naturais em pró da convivência social já está totalmente integrada nos signos culturais.
Eu tentei, escrevendo e reescrevendo, por em palavras o que estava na minha cabeça hoje de manhã e, infelizmente, foi essa frase que saiu. Infelizmente porque ela não expressa nem metade do que eu queria dizer, mas até aí, talvez isso também não seja apropriado. Ultimamente os pensamentos já não se organizam mais em linhas na minha cabeça. Eles vem em imagens, sons e cheiros, como que sonhos que eu nunca tive. Confesso que já tentei, mais de uma vez, colocá-los de alguma forma aqui no blog, mas nada parece ilustrativo o bastante. É frustrante.
Apesar de saber que um conteúdo subjetivo nunca vai conseguir ser traduzido e repassado por completo (de nenhuma forma), eu insisto em tentar, de todos os jeitos, compartilhar. É burrice pensar que vai ser de interesse geral, mas tem vezes que parece valer à pena. E é aí em que entra a frase inicial.
Esses dias eu tive uma vontade imensa de colocar para fora algumas coisas da minha cabeça para uma pessoa que eu mal conheço. Talvez tenha sido por intuição, mas o que quer que seja, ainda foi insufisciente para permitir que isso acontecesse. A questão não é a conveniência de se falar ou não, e sim o que vem depois: uma necessidade quase que imediata de se explicar.
É preciso explicar-se para tudo o que não é convencional, como se aquilo te atribuísse algum tipo de culpa. Como se qualquer reação inesperada precisasse de justificativa.
Ao fazer algo pura e simplesmente porque deu vontade (quase que inconsciente), se não os outros, nós mesmo já começamos a nos perguntar o porque daquilo. O porque da vontade, as consequências dela, e por aí vai... Por mais efêmera que seja. Mas aí é que está: nem sempre a gente tem justificativa. Às vezes as coisas são e pronto. Elas só são.
Trilha sonora: Not in Love - Crystal Castles (ft. Robert Smith)
Au revoir
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Postar um comentário
votre avis