6.7.12

I climbed this hill watching so still

 Em muitos momentos nossas razões parecem tão certas, tão justificáveis, e mesmo tempo são tão difíceis de se entender quando as confrontamos. Até que desistimos de nos explicar: ou nos enganamos com algum motivo aparentemente válido; ou esquecemos. E vão se acumulando, vão se perdendo. Ou melhor, se mantendo.
São como gotas de chumbo colocadas na água. Elas descem, se instalam e lá ficam. Estáticas. Buracos em areia fina sem perceber.
E se acumulam, por tempos, e tempos, até chegar à superfície. E aí em que reais decisões são tomadas, aí que tudo se mescla, contorce, disorce e vira palavra. Palavra fria e sem razão, mas solta.
Distorcidas mesmo são as ramificações nas quais os nossos laços se estendem. São as nossas idealizações de parentesco e como tudo realmente é.
O que é pai, mãe, irmão?
Se são ideiais separados em um mesmo espaço, talvez sejam só corpos em um encontro. Sem qualquer ligação.
E quando se perde o último vínculo que mantia todo o chumbo coberto, só se vê a superfície, e, ao mesmo tempo, não se vê mais nada. É como estar nua numa valsa programada.

Trilha sonora: "To Be With You" - The Honey Trees

Au revoir.