29.9.11

Desde o amanhecer até quando eu me deito..

  Semana pesada, lotada de trabalhos, provas, escola, escola e mais escola.. Hoje eu tirei o dia para aprofundar um pouquinho mais a minha pesquisa para o ensaio de biologia. Um tema um tanto complicado, e diria: O que é vida. E se você lê o meu blog já deve saber que eu vou pirar na filosofia e  de biologia não vai sobrar quase nada para avaliar... hahaha Mas chega de escola porque por hoje eu já não aguento mais pensar.
 Bom, o que me deixou feliz essa noite, foi relembrar um pouquinho os velhos tempos. Eu costumava sentar nesse mesmo sofá em que estou agora com o meu pai há uns quatro, cinco anos para assistir desenhos animados, comer marshmallows e jogar conversa fora. Um furacão de nostalgia contagiou e a cena se repetiu com um DVD de Lizzie Maguire, chocolate quente, e milhões de lembranças.
 É super gostoso se encontrar em situações como essa, em que coisas tão bacanas da sua infância voltam sem você nem se dar conta do quão deliciosas elas eram.. E é pura sorte, e talvez até acaso, as ocasiões em que a gente consegue revivê-las tão à risca. Porque se pensarmos bem, são noites como esta que se passariam despercebidas pelas muitas outras diversões nas nossas vidas de criança.
 Isso me fez pensar um pouquinho no que eu tenho para aproveitar aqui e agora, com dezesseis anos e uma vida incrível. Só o fato de eu poder me deliciar um pouco com uma lembrança tão gostosa, e passar muitos outros momentos tão bons, já me faz muito feliz. Acho que além de tudo, muito, muito agradecida!
 Pode estar acontecendo a maior tempestade do mundo na minha casa, mas eu sei que os meus problemas não são maiores do que os de muita gente, e eu acho que eu já devo muito por isso. As coisas acontecem dentro de um determidado ciclo, elas se criam e reinventam o tempo todo, e mudanças, mesmo que boas ou ruins, sempre tem um outro lado. E é isso o que está me dando a maior força do mundo nesse momento, acreditar em mudanças, na incrível efemeridade da vida, e como isso faz bem.

Em homenagem à nostalgia, a trilha sonora de hoje é: Velha Infância - Os Tribalistas

Au revoir!
22.9.11

You were only waiting for this moment to be free

 iPod no ouvido, os passos largos, mochila pesada e aquele ar fresco das manhãs de setembro. É engraçado como essa cena se repete cinco vezes por semana e eu nunca realmente parei para refletir sobre ela.
 Nós vivemos em bolhas muito restritas, em nossos próprios arredores e seus habitantes. As coisas novas no nosso dia-a-dia normalmente vem de situações das quais esperariamos acontecer, nada muito fora do ciclo em que vivemos. Mas se repararmos bem, existem pequenos elementos, pequenas coisas que vemos ou passamos frequentemente, e que nunca realmente prestamos atenção. Esses pontos fazem parte das nossas vidas, das nossas referências, mas se vão embora, dificilmente se é notado. 
 Parar para pensar no destino daquele moço de dreads que sempre entra no Vila Rosa das 6h43, por que o guarda da rua não retribuiu o seu "bom dia" de hoje, ou até mesmo em como as rosas da sua vizinha estão bonitas. Já são exercícios validos. E eu não digo isso num sentido ruim e meio perseguidor de tentar se meter na vida dos outros, mas em pensar além da bolha, enxergar alguns territórios desconhecidos, as coisas pequenas.
  E isso me deixa feliz de vez em quando. Sabe, só do fato de prestar atenção em uma coisa além do superficial, que pode não fazer diferença nenhuma na sua vida dentro da bolha, mas que vai te dar um espaço para escapar das preocupações de sempre. É como ficar sem fazer nada, só observar, pensar. Mas não em você, nós já pensamos de mais em nós mesmos, no mundo.
 Saí para correr esta tarde, e o intuito de queimar algumas calorias acabou se transformando em outra coisa. Eu me destraí com o céu, o vento, o barulho das folhas secas em contraste com os meus passos. A vida é muito louca, estarmos vivos é muito louco, e descobrir isso todos os dias me dá muito medo. Acho que vai além do medo. Me da sede, me da vontade.
 Quando nos deparamos com essa força em um dia qualquer de nossa rotina, tudo fica diferente. As coisas ficam mais claras, mais soltas, e ao mesmo tempo mais complexas. Cada partícula da Terra deve se sentir do mesmo jeito que nós.
O  mundo nos observa e a gente observa o mundo.

Trilha sonora: Blackbird - The Beatles

Au Revoir!